Endometriose: a menopausa ajuda no controle?
Alira Clínica • out. 06, 2021

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Você sabe quais são as mudanças da endometriose na menopausa? Quem já conhece os riscos e as características da doença certamente concorda que é fundamental ficar atento às suas principais particularidades


Para se ter ideia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indica que a doença atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva.


Os números expressivos reforçam como a população feminina precisa ficar alerta, sendo também interessante notar que o levantamento realizado pela Febrasgo trata de casos que ocorrem somente durante o período fértil.


Levantada essa questão, o que ocorre afinal com as pacientes que têm endometriose e entram na menopausa? 


A seguir, vamos nos aprofundar nas características mais importantes sobre a condição e as suas particularidades quando o organismo chega nessa fase. 


Entenda mais detalhes sobre a endometriose 


Antes de explicarmos o que ocorre com a endometriose na menopausa, primeiro é necessário elucidar como ocorre a doença e quais são os seus principais efeitos no organismo feminino


De forma resumida, a doença se dá quando células semelhantes às do endométrio, um tecido que reveste a parte interna do útero, se formam em regiões fora dele. Esse processo pode gerar complicações de diferentes intensidades, dependendo do tipo e da gravidade da doença, sendo importante ressaltar que qualquer órgão da pelve pode ser acometido. 


Além de poder atingir a bexiga, a vagina, o reto, sigmoide e apêndice, a endometriose pode ser instalada nos ovários e gerar cistos nos ovários, chamados de endometriomas


Os sintomas clássicos incluem:


  • Dor durante o período menstrual, que se apresenta como uma cólica e muitas vezes pode ser incapacitante para as mulheres;
  • Sangramentos intestinais e urinários acompanhados de dores durante a menstruação;
  • Dor durante relações sexuais, chamada de dispareunia;
  • Dores pélvicas fora do período menstrual;
  • Problemas para engravidar, sendo que até 50% das mulheres com infertilidade têm endometriose (de acordo com os dados da Febrasgo mencionados na introdução).


Quanto mais tardio for o diagnóstico, maiores são as chances de complicações e de infertilidade, e isso reforça a importância de manter-se atenta aos sintomas e de realizar consultas regulares ao ginecologista.


Inicialmente, a investigação é feita clinicamente, mas é necessária a confirmação diagnóstica por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética, ambas especializadas e com protocolos específicos voltados para o mapeamento das lesões de endometriose.


Definida a presença da doença, o devido tratamento deve ser orientado pelo seu médico ginecologista de confiança. Contudo, no período da menopausa, os sintomas da endometriose tendem a regredir, e as lesões costumam reduzir em tamanho. Entenda logo abaixo qual o processo por trás disso e como as mudanças hormonais são exploradas nos tratamentos.


Endometriose na menopausa: qual a relação?


O desenvolvimento da Endometriose é favorecido pelo ciclo de hormônios dos ovários. Quando as mulheres entram na menopausa, há uma queda natural na produção desses hormônios. Consequentemente, as lesões de endometriose deixam de recebê-los, causando a redução da inflamação e da maioria dos sintomas.


A endometriose na menopausa passa a ser então, na maioria dos casos, controlada naturalmente por conta da queda na produção hormonal. Como resultado é possível que a paciente observe a diminuição dos sintomas e maior qualidade de vida. Isso ocorre em aproximadamente 95% das mulheres com endometriose após a menopausa. Cerca de 5% das mulheres ainda podem persistir com dores mesmo após a menopausa. 


Isso porque apesar das lesões estarem menos ativas com a falta do estrogênio, elas ainda continuarão lá. Ou seja, apesar da menopausa poder ajudar (e muito) nos sintomas da maioria das mulheres, ela não é considerada a cura da doença.


Outro ponto de atenção é sobre o uso de terapia hormonal em mulheres com endometriose. A reposição hormonal à base de estrogênios pode reativar as lesões de endometriose, o que pode reativar os sintomas.


Os endometriomas ovarianos na pós menopausa também requerem monitoração periódica. Apesar de incomum, sabemos que alguns tipos de câncer de ovário estão relacionados ao antecedente de endometriose não tratada.


Por isso, algumas pacientes, mesmo após a menopausa, podem se beneficiar do tratamento cirúrgico: seja para tratar dores que não melhoraram com a chegada da menopausa; para pacientes com indicação de terapia hormonal que apresentam reativação da doença; em pacientes com endometriomas suspeitos; e quando a doença oferece algum outro risco à saúde da mulher.


Como essa lógica se aplica aos tratamentos?


Ao compreender o que acontece com a endometriose na menopausa, fica evidente que a influência hormonal estrogênica está atrelada à ocorrência e desenvolvimento da doença e seus sintomas. Levando isso em consideração, alguns tratamentos direcionados às mulheres jovens utilizam medicamentos hormonais capazes de bloquear ou reduzir as influências hormonais estrogênicas.


Nas intervenções hormonais, o objetivo é reduzir os efeitos do estrogênio sobre a doença, uma vez que esse hormônio pode estimular o crescimento das lesões. Dependendo de cada caso, são ministradas substâncias para reduzir a produção do estrogênio ou que atuem para bloquear os seus efeitos sobre os tecidos. 


Em algumas situações podemos observar a redução do tamanho das lesões com os tratamentos hormonais, especialmente das mais glandulares. 


Contudo, essa redução costuma acontecer somente durante o tratamento hormonal. Ao interromper o bloqueio, os hormônios voltam a níveis normais e as lesões tendem a reativar e crescer novamente. 


Por isso, a intervenção hormonal costuma ser feita em longo prazo, pois ela não cura a doença, apenas tenta controlar os seus sintomas e a progressão das lesões, que podem retornar caso os medicamentos sejam retirados


Nesse tipo de tratamento, é importante que o ginecologista opte por uma medicação de fácil utilização, com poucos efeitos colaterais para as pacientes e que façam as mulheres se sentirem bem. 


Dito isso, vale ressaltar que lesões maiores decorrentes de endometriose devem ser tratadas por meio de cirurgia. Além disso, há a possibilidade de remoção dos ovários e do útero em pacientes após a menopausa, mas somente em casos selecionados com indicação médica e desejo da paciente.


O acompanhamento médico é fundamental


Buscar informações de qualidade sobre a endometriose é importante para qualquer mulher, ainda mais se considerarmos a prevalência e os riscos ligados à doença, que são relativamente altos.


Ter atenção aos sinais, investigar dores e desconfortos, bem como manter um acompanhamento ginecológico contínuo, são cuidados que devem ser adotados por toda a população feminina, para que preserve seu bem-estar e qualidade de vida contra possíveis avanços da doença.


Se você gostou de saber mais sobre o que ocorre com a endometriose na menopausa e como alguns tratamentos acontecem durante esse processo, continue por dentro das publicações da nossa central educativa e não hesite em nos contatar caso tenha dúvidas ou necessite de assistência.

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